Desabafo Rápido

Engraçado.
Uma vez escrevi um post sobre as pessoas que esquecem. Logo depois que vi Eternal Sunshine of the Spotless Mind… Tinha até uma imagem do filme no post.
Certas pessoas são abençoados com o dom de esquecer. E estou me contradizendo, porque no post escrevi que essas pessoas eram falhas. Esquecer era uma falha.
Agora é, definitivamente, uma benção.
Esquecer certas coisas, certas dores, até certas felicidades… Seria bom.
Talvez eu que seja amaldiçoado de lembrar, cada detalhe, cada mínimo detalhe.
De tudo.

As vezes minha mente dói se lembrando dessas coisas. É, parece que sou mesmo meio masoquista…
Bom, também não é como se eu quisesse me lembrar.

Lembrar acontece. Seria mentira dizer que não lembro. Sempre há uma mão do Destino pra trazer a tona velhas lembranças. No caso, uma sensação melhor atual pode te fazer descartar a nostalgia do caso, e não esquecer e sim enfrentar, e isso é força… E eu queria ser capaz de fazer isso.

Estou sendo melodramático, eu sou capaz.
Todo mundo é capaz. Quando temos suporte, quando somos felizes, quando não temos outras lembranças tristes na mente, só os momentos felizes.

E então temos a oposição da dor contra a felicidade… Mas isso é totalmente fora de contexto, estou falando da memória.

Uma vez li que a fidelidade está na memória, na lembrança.
Ser fiel é lembrar.
Lembro bem da frase de André Comte-Sponville: “Ama-me enquanto desejares, meu amor; mas não nos esqueça.”

Fui fiel à tudo, sobretudo, à lembrança.
Lembrar-se de lembrar.

Mas não vou por esse caminho tortuoso de sofista.

A minha grande, enorme, dúvida é bem simples:

Como podemos lembrar e sermos fiéis à tudo, portanto fiéis à própria verdade e sermos felizes?
Devemos lembrar de sermos verdadeiros e também dos momentos ruins de nossa vida, e se por um acaso a vida tiver sido infeliz então estamos (ou estou) fadado à me lembrar sempre de que sou infeliz (romanticamente falando) e que não posso mentir com relação a isso.
E sinceramente, também, muito dúvido que qualquer relação que eu tenha possa curar as feridas que esses anos de romantismo me trouxeram.

Aos novos, bem novos, que podem ainda escolher qual caminho trilhar, eu digo: não escolha o caminho do amor. Será feliz somente se tiver sorte…

A sorte de encontrar alguém que te ame e que você ame, e que a relação dure tempo o suficiente para que pequenos espinhos que ocorram durante a vida não atrapalhem nem envenenem a relação.
Sorte.

E à todos.
Perdão pelo texto aparentemente sem sentido, mas são os filmes… Eles me fazem sentir vontade de escrever coisas sem sentido.

O filme do dia foi Closer, com aquela atriz maravilhosa que nunca me lembro o nome e aquele ator, Jude Law, e Julia Roberts e o outro cara, muito bom ator também, mas o personagem dele é claro, é terrivelmente desprezivel.

Edit: A atriz é Natalie Portman, o cara é realmente Jude Law e o outro que eu menosprezei (só por causa do personagem) é Clive Owen.

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"Porque eu sou do tamanho daquilo que sinto, que vejo e que faço, não do tamanho que os outros me enxergam" Carlos Drummond de Andrade, meu Mentor Ver todos os artigos de Trovador

2 respostas para “Desabafo Rápido

  • Taís

    O engraçado é que eu poderia ter escrito a maior parte desse seu post, porque é justamente assim que me sinto. Condenada a lembrar. As lembranças fazem muito barulho aqui dentro da minha cabeça. E eu gostaria de um pouquinho de silêncio.
    Acho enfim que as pessoas que esqucem são de alguma forma – de alguma forma que por algum motivo eu não mereço – abençoadas.
    Bjinhos

    P.S. Não se se viu minha msg, mas meu blog sumiu, então fiz outro.

  • Clara D.

    eu amo os seus posts , principalmente os mais confusos , minha mente e minhas lembranças geralmente são um caos , mas eu creio que sou uma das “abençoadas” , esqueço com facilidade sim , só a essência do acontecimento fica na lembrança .

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