Dia Indiferente
Rafael Rabelo
Eu escreveria felicidades
se eu me sentisse feliz
Não que eu triste esteja
mas tudo perdeu sua beleza
Giro o lápis em meus dedos
pensando no que escrever
Não há nada para ser imitado
Além da Chuva, choro e desespero
mas quem disse que se importam?
Estou sereno e sinlencioso
Penso no que pode ser imitado
que já não o tenha sido.
Hoje o mundo se recolheu para si.
É verdade quando digo que não estou triste
me sinto pequeno e inútil
e fico aqui, sonhando que sou poeta
escrevendo bobagens e besteiras
Escrevo o que sinto mesmo não sentindo nada
e sobre esse vazio muito já escrevi
O dia não está alegre
nem parece querer morrer
Só está indiferente e distante de mim.
.
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Escrever sobre não conseguir escrever, fazer uma poesia sobre não ser poeta, dizer ao mundo com lágrimas nos olhos que não se sente dor… No fundo, essas contradições são apenas o contrário de contradição. É um dizer o avesso de algo, dizendo avessa-mente.
17 fevereiro, 2008 at 7:50 pm
O maaais surpreendente,é que ele consegue fazer de um entediante domingo,a inspiração prum texto maravilhoso!
Tu escreve muito,Rafa!
Té amanhã! o/
:*
18 fevereiro, 2008 at 12:25 am
Impressionante!!!
Não só este poema, como todos os outros são excelentes…
Parabéns, você acabou de ganhar mais uma leitora assídua!!!